A alimentação do atleta é muito mais que apenas programar a ingestão calórica, equilibrar proteínas, carboidratos e gordura, ou utilizar suplementos alimentares. Para alcançar o máximo de rendimento físico todas as células, orgãos e sistemas do corpo humano devem estar em perfeito funcionamento, e isso dependerá de conceitos que vão muito além do preconizado na nutrição esportiva convencional.

Por que muitos atletas não conseguem aumentar seu rendimento?

Quando se pensa em alimentação para o atleta, a maioria dos artigos trazem informações sobre o consumo de carboidratos, proteínas e principalmente de suplementos esportivos. Apesar do consumo adequado destes serem de grande importância, diversas outras substancias estão envolvidas na performance do atleta e proporcionam um grande impacto no rendimento físico e na melhora do desempenho na modalidade praticada.

Isso pode estar interferindo nos seus resultados e impedindo o aumento da sua performance física.

Quais alimentos atrapalham o rendimento físico de um atleta?

O consumo elevado de alimentos com carga glicêmica alta (que em esportistas se dá principalmente pelo alto consumo de repositores hidroeletrolíticos e isotônicos) associado ao desequilíbrio no consumo de ômega-6 em relação ao de ômega-3 (pelo alto consumo de óleos vegetais), à deficiência, por exemplo, da vitamina D e à falta de compostos bioativos e antioxidantes (presentes em frutas e verduras comumente evitadas pelos esportistas e pela população em geral) e consumo elevado de gordura saturadas nos alimentos fritos e industrializados, leva ao aumento da expressão de genes pró-inflamatórios.

A dieta pró-inflamatória pode interferir na fisiologia muscular, comprometendo, por exemplo, a oxidação de gorduras pelas mitocôndrias, interferindo no processo de emagrecimento, e pode também alterar o perfil de fibras musculares, impedindo a eficiência energética do esporte praticado. Em casos mais graves e duradouros podem desencadear o aparecimento de doenças como câncer, obesidade, dislipidemia, diabetes tipo 2 e doenças neurodegenerativas.

Influência da alimentação nas lesões esportivas

As sessões de treinamento físico proporcionam estímulos que levam a microrrupturas de fibras musculação e oxidação com aumento de radicais livres, estes fatores proporcionam pequenas inflamações no organismo que quando associado a um alimentação adequada irá proporcionar recuperação com aumento da performance física, mas quando a dieta não proporcionam todos os nutrientes necessário o resultado não será positivo. Os mesmo alimentos citados acima que proporcionam aumento na expressão de genes pró inflamatórios, somado as sessões de treinamentos que também provocam estímulos inflamatórios, de maneira crônica através da realização de inúmeras sessões, culminará em stress metabólico e estrutural de músculos, ligamentos, tendões e articulações que acabam por sofrer lesões que iram interferir no rendimento do atleta. Em muitos casos até mesmo proporcionar o afastamento do esporte.

Como deve ser a alimentação de um atleta?

A ingestão adequada de nutrientes e os compostos bioativos modulam a expressão de genes pró inflamatórios proporcionando mais saúde e rendimento físico. É preciso dar preferencia aos carboidratos de baixa carga glicêmica, reduzir o consumo de ômega 6 (óleos de soja, milho, girassol),  equilibrando este com o consumo de ômega 3 e aumentar o consumo de ômega 9 (óleos de azeite e canola). Ingerir mais frutas, legumes e verduras.

O consumo de lignanas (semente de linhaça), b-glicanas (aveia) , antocianinas (açaí), licopeno (tomate, melancia,Goiaba) e catequinas (chá-verde), inibem a expressão de genes pró inflamatórios. O consumo diário em todas as refeições de alimentos com esses compostos bioativos será fundamental, uma vez que a maioria desses compostos é hidrossolúvel, necessitando de ingestão com intervalo máximo a cada 3h, para garantir efetivamente a modulação das reações bioquímicas envolvidas. Outra questão fundamental nesse aspecto é garantir que a técnica dietética culinária seja aplicada de forma correta, pois, por exemplo, a cocção da maioria desses compostos diminui sua concentração, repercutindo em menor benefício para o organismo.

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